Cartas para Irene
Uma peça de Dança e Teatro da Cia Ananda
Intérprete criador: Oscar Capucho
Direção: Anamaria Fernandes
Assistente de direção: Duna Dias
Irene era uma mulher pequenina no tamanho, mas grandiosa no caráter. Dona de casa, mulher forte e guerreira, nascida em Sabará, criada desde os 3 anos pelos avós que trabalhavam na roça, plantando café. Dona Irene, bem, vovó, ou Tété tinha uma alegria contagiante e era amada por todos.
A influência de Irene na vida de Oscar foi e é fundamental em cada uma de suas escolhas.
Irene se foi no ano de 2012.
Essas cartas, que nunca serão postadas nem lidas pela destinatária têm muito a nos ensinar.
Através delas, iremos conhecer um pouco da história de Oscar e Irene.
Falamos aqui de uma mulher que vê, aos poucos, seu filho perder a visão. Uma mulher que faz a escolha de não ter dó de seu filho, de não o inferiorizar. Uma mulher que faz a escolha de tornar seu filho independente, de acreditar em suas potencialidades, de ter confiança em sua força. Uma mulher que aceita, sem preconceito, a homossexualidade do seu filho e sua escolha em ser artista.
Falamos também de um homem. Um homem que luta pela sua sobrevivência, que luta para fazer o que escolheu como profissão. Um homem cego que, no mundo dos videntes, corre múltiplos riscos ao fechar o portão da sua casa. Um homem homossexual que, num país de homofobia, corre, a cada dia, risco por ser quem é. Um ator dançarino que se equilibra numa corda bamba e que, por suas características, sofreu e sofre diversos tipos de preconceitos.